http://curiosidadeshistoria.blogspot.com.br/2012/11/historia-do-cafe.htmlHistória do café
Origem do café
A história do café é vaga e obscura. A palavra café parece
derivar do árabe qahwah, embora etimologistas a relacionem com Kaffa, província
da Etiópia de onde a planta é nativa. De lá passou para a Arábia e admite-se que
os árabes hajam começado a tomar café já no século XV. O cultivo se desenvolveu
e o Iêmen permaneceu como principal fornecedor mundial até o século XVII.
Uma das lendas em torno da descoberta do efeito estimulante
do café é a do pastor Kaldi. Ao ver a agitação das cabras de seu rebanho, após a
ingestão de alguns frutos do cafeeiro, Kaldi provou os frutinhos avermelhados,
comprovando seu poder excitante. Isso teria ocorrido no ano 850. Outras fontes,
entretanto, contam ter sido um monge árabe o primeiro a preparar uma infusão com
sementes de café, a fim de livrar-se do sono que o impedia de realizar suas
orações noturnas.
Em Meca, cidade santa dos muçulmanos, no início do século
XVI o café era muito consumido, mas não tardou a ser condenado pelas seitas mais
ortodoxas do islamismo e, a pretexto de contrariar o Alcorão, seu uso foi
proibido. Em 1526 a proibição foi abolida e tanto a agricultura como o comércio
do café desenvolveram-se em toda a península arábica, até chegar à Turquia e
depois à Europa, no decorrer dos séculos XVI e XVII.
Quem primeiro divulgou as propriedades do café na Europa
foi Leonard Rauwolf, alemão que viajou pelo Oriente em 1592, seguindo-se a ele o
botânico italiano Prospero Alpini. Admite-se que em Veneza, no fim do século
XVI, consumia-se café. A planta parece ter sido levada para o continente
americano, em 1607, pelo capitão John Smith, fundador da Virgínia. No princípio
do século XVII, os navios da Companhia das Índias Orientais traziam grandes
cargas de café do Oriente.
Foi em Constantinopla (hoje Istambul, Turquia) que se abriu
o primeiro estabelecimento para servir café ao público, em 1550. Na Europa as
primeiras casas de café surgiram em Veneza, em 1591; Londres, em 1652; e
Marselha em 1671. A partir de 1670, estabelecimentos semelhantes difundiram-se
pelas grandes cidades dos Estados Unidos.
Com a popularização do uso do café seu cultivo espalhou-se
pelo mundo.
Conta-se que sua chegada ao Novo Mundo deve-se ao capitão
francês Gabriel-Mathieu de Clieu, responsável pela introdução da primeira
planta, na Martinica. Entre 1720 e 1723, De Clieu, que servia na guarnição da
Martinica, visitou a França, onde soube que os holandeses haviam transplantado
com êxito o café para as Índias Orientais, cujo clima se assemelha ao da
Martinica. Resolveu então iniciar a cultura nessa colônia; mas os poucos
cafeeiros então existentes em Paris eram conservados com muito cuidado, em
estufas, pelos jardineiros de Luís XV. Só a muito custo ele conseguiu algumas
mudas e durante a viagem de volta à Martinica foi obrigado, durante mais de um
mês, a dividir a sua cota de água no navio com os cafeeiros, finalmente
plantados na ilha e tratados com cuidado até a produção das primeiras bagas.
Elas originaram a maior parte das atuais plantações daquela região.
Distribuição Geográfica
O cafeeiro prospera em climas tropicais e em terras de
média altitude. O solo deve ser úmido, rico em matéria orgânica e poroso, para
evitar a acumulação de água, que apodrece a raiz da planta.
Até a primeira metade do século XX, era generalizada a
crença entre os lavradores brasileiros de que o café só podia ser cultivado
eficientemente em terras virgens, após a derrubada das matas, limpeza do terreno
e abertura das covas para receber diretamente as sementes ou mudas, sem
necessidade de adubação devido à fertilidade do solo. Essa crença está superada
e o café é hoje produzido dentro das mais modernas técnicas de plantio, de
correção do solo e de irrigação e drenagem.
O habitat natural das espécies de maior importância
econômica é a zona tropical da África, numa faixa que se estende desde a Guiné
até a Etiópia e, ao sul, até Angola. Na Etiópia ainda subsistem florestas de
cafeeiros nativos e em algumas regiões da Ásia (Myanmar, Indonésia) certas
espécies vegetam espontaneamente.
Existem culturas comerciais em cerca de setenta regiões, do
equador aos trópicos, faixa ultrapassada, ao sul, apenas no Brasil e em
Moçambique e ao norte em Formosa. As principais espécies estão distribuídas
geograficamente como se segue:
Coffea arabica: Predomina no Ocidente, onde 27 países a
cultivam isoladamente e 31 associam-na a outras espécies. No continente africano
floresce nos planaltos da Etiópia, sudeste do Sudão, Camarão, Angola, região
oriental do Zaire, Ruanda, Burundi, Quênia e Tanzânia. Na Ásia quase se
extinguiu quando os cafeeiros foram atacados pela ferrugem, uma doença que dá
nas folhas do arbusto, mas subsiste em certas regiões das Filipinas e da
Indonésia. No Brasil as variedades mais cultivadas são: typica, mundo novo,
caturra, maragogipe e bourbon.
Coffea robusta ou canephora: Concentra-se na Ásia e África,
predominando no Benin, Togo, Gabão, Congo, Angola, Madagascar, Uganda, Costa do
Marfim, Camarão, Libéria, Tanzânia, Guiné, Indonésia, Vietnam, Filipinas, Sri
Lanka, Nova Caledônia, Ilhas Comores, além de Trinidad e Martinica. Essa
variedade também é cultivada nas Antilhas, Equador e Brasil.
Coffea liberica: De importância econômica reduzida no
quadro mundial, é a única espécie existente na Guiana. Seu cultivo se estende a
cerca de 17 países, sendo os maiores produtores Suriname, Malásia, Libéria,
Filipinas, Guiné Equatorial e São Tomé.
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